António de Cértima foi um jornalista e poeta português nascido em Giesta, Oliveira do Bairro, em 27 de julho de 1894. António Augusto Cruzeiro de Cértima começou como jornalista no Porto e na região da Bairrada.
Durante a primeira guerra mundial combateu em Moçambique. Fixou-se em Lisboa em 1922, prosseguindo na capital a sua carreira de jornalista.
Em 1926 enveredou pela carreira diplomática tendo sido Cônsul em Dakar entre 1927 e 1932 e Sevilha entre 1932 e 1949, regressando depois a Lisboa.
Vida política
Envolveu-se na vida política apoiando claramente o General Gomes da Costa (artigo publicado em 7 de julho de 1926 no nº 39 do semanário lisboeta A Ditadura), foi partidário das ditaduras de Salazar e Franco. Colaborou em O Primeiro de Janeiro, Diário Popular, Diário de Notícias, ABC (Lisboa), etc. Pertencia à geração de Augusto Casimiro, Carlos Selvagem, Henrique Galvão e Julião Quintinha. Interessou-se pelas colónias escrevendo reportagens romanceadas destacando-se Epopeia Maldita (o Drama da Guerra de África), obra publicada em 1924 e que reflete a experiência em Moçambique entre 1914 e 1918.
A poesia de António de Cértima
A sua poesia insere-se na corrente do vitalismo pagão, nacionalista e neo-romântico, do início do século de que é principalmente representante João de Barros.
Morte
Faleceu no Caramulo, Tondela, a 21 de Janeiro de 1983.
Obras publicadas
- Marília - Quadro dramático, 1914;
- Bodas de Vinho - Poemas, 1919;
- Fado das Capas - Serenata do Amor, 1920;
- Epopeia Maldita, (O drama da Guerra de África), 1924;
- Volúpia do Mar - novela, 1925;
- Legenda Dolorosa do Soldado Desconhecido de África, 1925;
- Alma Encantadora do Chiado, 1927;
- Jardim das Carícias - Poemas, 1928;
- Discurso à Geração Lusitana, 1935;
- Caminho de Siegfried - Poemas, 1936;
- Canção das estradas de Estio - poema musicado, sem/data;
- Bodas Helénicas - (É uma reedição do livro Bodas de Vinho), 1943;
- Itinerário Sentimental de los Portugueses em Sevilha, 1944;
- Vida Voluptuosa, contos e novelas, 1945;
- Tu e o Teu Corpo - Poemas, 1946;
- Sortilégio Senegalês, 1949;
- Baladas de Sevilha em Primavera - Poemas;
- Trópico de Câncer - Versos, 1949;
- Colóquio com a Morte - Ensaio sobre a Semana Santa de Sevilha, 1951;
- Sevilla em Portugal - Separata nº 47 do Arquivo Hispalense, 1951;
- Sevilla y El Sentido de la Muerte - Separata nº 58 -59 do Arquivo Hispalense, 1953;
- Aditamento ao 5º Milhar de Epopeia Maldita - (contem criticas à obra), sem/data;
- Noticias de Anto e Purinha – António Nobre ou a Poesia sob o signo da Morte e do Amor, 1955;
- Trajectória Sem Fim - Antologia poética, 1960;
- Primeiro dia do Homem fora do Paraíso - Estudos, 1960;
- Sevilha Noiva de Portugal - Estudo, 1963;
- Doce França - Crónicas, 1963;
- Escandalosamente Pura - Romance, 1966;
- Nono, Não desejar a Mulher do Próximo - Contos, 1966;
- Carisma de Fátima e a Teologia Islâmica, 1967;
- Não Quero Ser Herói - Romance, 1970;
- Soldado Volta - poética, 1970;
- Epístola a Job - poética, 1970;
- Soldado Desconhecido (pequeno panfleto que distribuiu), sem/data
Condecorações e prémios literários de António de Cértima
- Medalha de Bons Serviços Militares, Portugal (1918);
- Homenageado pelos seus dotes literários – Aveiro (1925);
- Cavaleiro da Ordem L'Etoile Noire du Beni - Atribuída pelo Governo Francês (1929);
- Louvado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, em nome do Governo pelos " Seus Patrióticos Serviços durante a revolta da Guiné" (1931);
- Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo - Atribuída por Portugal (1932);
- Oficial da Academia (Palmas Académicas), "pelos Serviços prestados à causa Francesa"- Atribuída pela França (1948);
- Moção de Louvor - à obra de António de Cértima (Colóquio com a Morte) - Atribuída pelo Município da Cidade de Sevilha (1951);
- Comenda Ordem de Afonso X o Sábio - Atribuída pelo Governo de Espanha (1951);
- Comendador da Casa Real da Roménia, concedida pelo Rei Carol II da Roménia - Particular do Rei (1951);
- Medalha de Membro da Academia Del Mediterrâne - Atribuída por Espanha (1968);
- Comenda Ordem de Isabel a Católica - Atribuída pelo Governo de Espanha - Colaborou na imprensa periódica Nacional e Estrangeira (1969).
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