Joel Serrão foi um historiador e ensaísta de vasta e multifacetada bibliografia, nascido em 12 de dezembro de 1919 no Funchal (Madeira) e faleceu em Sesimbra, em 5 de março de 2008.
A sua obra constitui, com a de outros seus contemporâneos, a primeira aproximação às correntes historiográficas europeias do pós-guerra, sobretudo aosAnnales, revista francesa de história económica e social fundada por Marc Bloch e Lucien Febvre.
Biografia
Natural da freguesia de Santo António do Funchal, aí conclui o curso liceal. Saiu da Madeira para ingressar na Universidade, licenciando-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. De 1948 a 1972, exerceu o magistério liceal em Viseu, no Funchal, em Setúbal e no Liceu Passos Manuel, em Lisboa. Exerceu funções docentes na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Diretor do Centro de Estudos de História do Atlântico (Madeira), foi membro do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian e exerceu funções docentes na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Estilo literário de Joel Serrão
A sua obra abrange monografias históricas de cunho económico ou sociocultural, edições críticas, temas literários, estudos de personalidades fulcrais na evolução das ideias e da cultura (Cesário Verde, Sampaio Bruno, António Nobre, Fernando Pessoa, Antero de Quental, Vieira de Almeida, António Sérgio) e volumes de iniciação às disciplinas filosóficas. Investigador com uma linguagem vigorosa e fluente, de rara fecundidade, a que se alia um posicionamento cívico interveniente, Joel Serrão faz parte de uma plêiade de intelectuais que, na esteira de António Sérgio, mais contribuíram para a elaboração de uma visão de conjunto, da qual ressaltam os problemas fundamentais para a compreensão das raízes da nossa história moderna.
Da sua enorme produção, considera-se o Dicionário de História de Portugal, elaborado ao longo de dez anos, um dos marcos da historiografia portuguesa deste século. Também de grande importância no conjunto da obra de Joel Serrão é a Nova História da Expansão Portuguesa, cuja direção partilha com A. H. de Oliveira Marques, num plano geral de onze volumes, com três volumes já editados (1986-1993). Obra de extremo rigor e minúcia de investigação, liberta dos condicionalismos do passado inerentes à historiografia da expansão e colonização portuguesa.
Obra publicada
Entre as obras publicadas encontram-se monografias históricas de cunho económico ou sócio-cultural, edições críticas, temas literários, estudos de personalidades da cultura como Cesário Verde, Sampaio Bruno, António Nobre, Fernando Pessoa, Antero de Quental, Vieira de Almeida e António Sérgio.
Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Mundo Literário entre 1946 e 1948.
Dirigiu ao longo de dez anos um dos marcos da historiografia portuguesa recente, o Dicionário de História de Portugal.
Lista de obras de Joel Serrão
Cartas de Fernando Pessoa a Armando Côrtes-Rodrigues, 1945
O Carácter Social da Revolução de 1383, 1946
Para a História do Século XIX Português, 1953
Cesário Verde: Interpretação, Poesias Dispersas e Cartas, 1957
O Segredo da Aurora, 1957
Sampaio Bruno: O homem e o pensamento, 1959 ; 1986
Temas Oitocentistas, 1959, 1962
Sampaio Bruno, 1960
Temas de Cultura Portuguesa, 1960
Dicionário de História de Portugal, 1963 - 1971
José Anastácio da Cunha: Notícias Literárias de Portugal: 1780, 1966
António Sérgio: Prosa Doutrinal de Autores Portugueses, 1967
Do Sebastianismo ao Socialismo em Portugal, 1969
Fontes de Demografia Portuguesa (1800-1862), 1973
Portugueses Somos, 1975
Testemunhos sobre a Emigração Portuguesa, 1976
Emigração Portuguesa, 1978
Génese e Estrutura do Pensamento Sócio-Político de Antero de Quental: Introdução a Antero de Quental: Prosas Socio-Políticas, 1982
O Essencial sobre Cesário Verde: Ensaio e Biografia, 1986
Da "Regeneração" à República, 1990
Temas Históricos Madeirenses, 1992
Pequeno Dicionário de História de Portugal, 1993
Comentários
Enviar um comentário